Por AE, Agencia Estado, Atualizado: 23/6/2010 10:12
Governo só gastou 14% da verba de prevenção, diz ONG
Os governos federal, estaduais e municipais gastam pouco e mal em prevenção. A constatação é da ONG Contas Abertas, que analisou os gastos do poder público com a rubrica "prevenção e preparação para desastres", inserida no Sistema de Administração Financeira da União, e concluiu que os governantes preferem agir no socorro, depois da tragédia.
Principal responsável pelo programa, o Ministério da Integração Nacional, conforme o levantamento da ONG, desembolsou apenas 14% (R$ 70,6 milhões) dos R$ 508,3 milhões previstos para serem usados neste ano. Já no socorro às vítimas e recuperação de infraestrutura, depois do estrago feito, o governo federal aplicou R$ 535 milhões, ou sete vezes mais, por meio da rubrica "resposta aos desastres e reconstrução". Enquanto a Bahia do ex-ministro Geddel Lima é o Estado mais privilegiado com verba para ações de prevenção - recebeu 57% do valor liberado, o equivalente a R$ 40,1 milhões, Alagoas não recebeu nada e Pernambuco só levou 1% do total: R$ 172,2 mil.
Entre os meses de março e junho deste ano, o montante autorizado para prevenção até aumentou em R$ 158 milhões. Mas só R$ 39 milhões foram efetivamente aplicados em obras e serviços de caráter preventivo em áreas de risco. Esse tipo de gasto inclui contenção de encostas, drenagem superficial e subterrânea, desassoreamento, retificação e canalização de rios e córregos. Esse programa também prevê a proteção superficial, muros de gravidade, aterros reforçados, barreiras vegetais e obras como pontes e viadutos, além do deslocamento de famílias que vivem em áreas de risco.
O Estado do Rio, que sofreu com as enchentes em abril, agora lidera o ranking dos mais beneficiados com verba para resposta aos desastres - R$ 118,3 milhões (22% do total). O programa de resposta a desastres inclui ações de socorro e assistência às pessoas afetadas por calamidades, restabelecimento das atividades essenciais e recuperação dos danos causados pelas tragédias. A ONG constatou que estão previstos R$ 2,1 bilhões no orçamento de 2010 para este fim, três vezes mais do que o autorizado para prevenção. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
quinta-feira, 24 de junho de 2010
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Chega de acreditar que as enchentes que assolam o país sao "desastres naturais". Muita gente ganha dinheiro com o mercado politico e economico gerado por essas mazelas ambientais.
ResponderExcluirEnchentes que desabrigaram e mataram milhares de pessoas somente esse ano no rio de janeiro, sao paulo, e agora alagoas e pernambuco. O ano passado foi o sul e minas gerais.Qual a regiao será a proxima a ser atingida?
O que nao se fala nos telejornais é que o causa a morte e destruicao, não e o exesso de chuvas, mas sim a falta de uma politica susstentável de gestão das aguas e de um plano preventivo com mapeamento das áreas de risco, equipamento e treinamento das equipes de defesa civil, etc.
Depois do desastre verbas são liberadas para as prefeituras, o acesso ao crédito fica mais façil, tudo para reconstruir o que destruido pelas aguas, pela terra e pela lama. Por que esperar destruir para depois construir?
Devemos ir na raiz do problema para solucionar os problemas das enchentes-desmatamento, impermeabilizaçao do solo, ocupação das margens do rios - com a implantação de politicas publicas que respeitem o meio ambiente e a biodiversidade.